Apesar das centenas de comerciais com mulheres de biquini na praia empunhado um copo de cerveja pilsen na mão, a cerveja é uma bebida que também combina com o inverno.
No mercado cervejeiro brasileiro, apesar do frio, a tendência continua sendo de franca expansão. Conforme dados da consultoria Nielsen, as vendas de cerveja em volume aumentaram 3,7% entre abril e maio (para 1,2 bilhão de litros). O mercado continua sendo dominado pelas cervejas do tipo pilsen --leves e próprias para o verão.
Contudo, o setor de cervejas especiais --que congrega 110 microcervejarias em todo o país segundo Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja)-- já começa a atrair a atenção de alguns gigantes do mercado, que costumam lançar produtos sazonais. O mais recente é a Bohemia Swiss da Ambev, que é servida apenas no espaço da marca que funciona até 2 de agosto, em Campos do Jordão (167 km de São Paulo). A bebida tem 4% de teor alcoólico e é preparada especialmente para a estação e pode ser harmonizada com sobremesas à base de chocolate. Outra cerveja da linha Bohemia que combina com o inverno é a abadia
Para a mestra cervejeira Ana Paula Freitas Pereira de Almeida da Ambev, o clima frio é a época ideal para consumir cervejas mais complexas. "Uma cerveja que tem a cara do inverno é aquela bebida mais encorpada, com mais proteína e de sabor marcante", explica. E a bebida não deve ser consumida muito gelada. Segundo Ana, uma cerveja muito gelada acaba amortecendo as papilas gustativas da lingua e eliminando alguns características dessas cervejas mais complexas.
Se na grande indústria cervejeira, os exemplos de bebidas complexas ainda são escasso, a coisa muda de figura quando se trata do universo das microcervejarias, cujo principal diferencial são as bebidas preparadas em diversos estilos --muitos deles combinam muito bem com o inverno como stout, ale e a clássica bock. Alguns dos lançamentos recentes voltados são voltados especialmente para o frio como as novas cervejas do estilo alt e bock da cervejaria paulista Bamberg, ambas apresentam alta fermentação e combinam com pratos substânciosos.
Entre as bebidas importadas para o país, as novidades são maiores. Uma delas é a Strong Suffolk, uma bebida inglesa destinada a harmonizar com pratos próprios de inverno, inclusive fondue. A cerveja bebida passa por um processo de dois anos de maturação armazenada em tonéis de carvalho. É escura e tem 6% de álcool em sua composição.
Outra que passou a ser importada vem da Belgica, país detentor de uma das escolas cervejeiras mais aclamadas do mundo, trata-se da Orval, que apresenta sabor acentuado de lúpulo graças ao processo denominado dry-hopping, que consiste em adicionar lúpulo fresco durante a fase de maturação da cerveja que, no copo, apresenta uma espuma bem consistente e teor alcóolico de 6,2%.
Fonte: Folha online